Cultura Francesa – A importância do Maio de 68

Certamente você já ouviu falar do Maio de 68. Mas sabe exatamente qual a importância do Maio de 68 na cultura francesa?

Preparamos esse post para esclarecer o que foi e quão significativo ainda é para os franceses!

O motivo

Há 50 anos, em 3 de maio de 1968, o reitor da Sorbonne (Universidade de Paris e uma das mais antigas e prestigiadas da Europa), Jean Roche, decide chamar a polícia para interromper a assembleia de estudantes que reivindicavam o acesso aos anfiteatros.

A revolta estudantil já se prolongava há quase dois meses, mas nesse momento a polícia expulsa mais de 500 pessoas, fecha as instalações da Sorbonne e muitos estudantes são identificados e detidos.

Os desdobramentos

No dia 6 de maio, a União Nacional de Estudantes da França e o sindicato dos professores universitários convocaram uma passeata com objetivo de protestar contra a invasão da Universidade de Sorbonne pela polícia.

A marcha teve a participação de mais de 2 mil estudantes, professores e simpatizantes do movimento que avançaram em direção à Sorbonne e foram violentamente reprimidos pelos policiais deixando as ruas de Paris, por vários dias, um cenário de guerrilha.

O movimento cresceu tanto que os operários se uniram aos universitários e promoveram o que posteriormente seria a maior greve geral da Europa, o que balançou o governo do então presidente da França, Charles De Gaulle.

No auge do movimento, quase dois terços da força de trabalho francesa cruzaram os braços. Pressionado, no dia 30 de maio o presidente De Gaulle convocou eleições para junho.

O resultado

Um Maio que ficou na história. Para muitos aspectos da vida.

Menos de dois meses mais tarde, e depois da greve ter mobilizado quase 10 milhões de assalariados, o gaullismo ganhou as eleições gerais. O partido governamental manteve sua influência.
Apesar da sensação de fracasso da revolução, Maio de 68 motivou mudanças porque os costumes sofreram grandes impactos. A “moral” oficial nunca mais fora recuperada.

Observar as alterações nas rotinas e modo de vida de homens e mulheres, é também reconhecer a importância do Maio de 68.

Ao mesmo tempo que havia quem empurrasse o movimento para formas violentas de luta, procurava-se dar-lhe uma orientação política.

O entusiasmo e a combatividade dos manifestantes, a satisfação por serem tão numerosos, a alegria da unidade, deram uma dimensão excepcional à manifestação, e um sentido novo.

Não foi apenas um grupo gigantesco de pessoas insatisfeitas. Foi o culminar de uma série de questões atravessadas por anos.

A luta era pela paz na Argélia, contra organizações fascistas, pelo aumento dos salários, na defesa dos direitos sociais… Podemos afirmar que foi o salto qualitativo na luta pela democracia e pelo socialismo.

Maio de 68 na França foi uma oportunidade de quebrar o círculo em que estava enterrada a política e cultura francesa e por que não dizer européia.

As consequências

Bandeiras como feminismo, anti-racismo, pacifismo e orgulho LGBT são certamente frutos da força desse momento “Maio de 68”.

Foi nas ruas de Paris que se iniciou a queda do Muro de Berlim, a Primavera de Praga e, pela primeira vez, falou-se da condição feminina. Antes do Maio de 68 mulheres não podiam ir de calças para ir às aulas.

O movimento provocou o aumento de salários, possibilitou a participação dos estudantes na vida universitária. A universidade mudou! A partir dali era possível pensar pela própria cabeça, a ter relações mais livres, a intervir mais.

Essa inquietação é um legado presente até hoje na cultura francesa e que avançou fronteiras, levando esse traço de rebeldia criativa para os quatro cantos do mundo.

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