Quadrilha – Uma tradição francesa com certeza!

Fogueira, bebidas quentes, comidas deliciosas, música, dança e muita animação, esses são os ingredientes básicos para um bom arraiá.

Claro que para ficar completo tem que ter quadrilha, de preferência daquelas bem grandes com vários casais além dos tradicionais noivos.

A quadrilha, também chamada de quadrilha junina, quadrilha caipira ou quadrilha matuta, é um estilo de dança folclórica coletiva muito popular no Brasil.

O que muita gente não sabe é que a nossa quadrilha é de origem francesa :o.

A história da Quadrilha

A quadrilha teve origem na Inglaterra no século XIII e devido a guerra dos cem anos, entre franceses e ingleses, acabou sendo incorporada e adaptada à cultura francesa.

A dança de salão, coletiva, formadas geralmente por quatro casais, que tinham o nome de quadrille ocorria principalmente em Paris. Em grandes salões palacianos com a participação exclusivamente de membros da aristocracia francesa.

Com sua disseminação na Europa, ela chegou em Portugal e se popularizou no Brasil a partir do Século XIX mediante influência da Corte Portuguesa. Inicialmente, no Rio de Janeiro, sede da Corte, ela foi muito bem recebida pela nobreza.

Embora fosse uma dança que acontecia nos meios aristocráticos, mais tarde, ela conquistou o povo e adquiriu um novo significado mais popular.

Herança também no vocabulário

Explicada a origem da quadrilha fica mais fácil de perceber que muitas das palavras que utilizadas como comandos para marcar os momentos da coreografia também são de origem francesa.

Alavantú (en avant tous)- todos os casais vão para a frente

Anarriê (en arrière) – casais vão para trás

Changê (changer/changez) – trocar/troquem o par

Cumprimento ‘vis-à-vis’ – cumprimento frente a frente

Otrefoá (autre fois) – repete o passo anterior

Balancê (balancer) – Balançar o corpo no ritmo da música, marcando o passo, sem sair do lugar. É usado como um grito de incentivo e é repetido quase todas as vezes que termina um passo. Quando um comando é dado só para os cavalheiros, as damas permanecem no Balancê. E vice-versa,

Returnê (returner) – Voltar aos seus lugares.

Tur (tour) – Dar uma volta: Com a mão direita, o cavalheiro abraça a cintura da dama. Ela coloca o braço esquerdo no ombro dele e dão um giro completo para a direita.

A quadrilha brasileira

Aqui no Brasil a dança passou por um processo de mistura de culturas, principalmente com a nordestina. A coreografia gira em torno de um evento: a comemoração do casamento antecipado (e forçado pelos pais) de uma noiva que fica grávida antes das núpcias.

A música por aqui é mais agitada, inúmeros novos comandos foram inseridos e muitas adaptações acontecem de acordo com a cultura regional, já que em se tratando de Brasil, há muitas peculiaridades em cada uma das regiões.

A França é presente

Enfim, não podemos negar, que os franceses fazem parte da história do Brasil.

Há traços da cultura francesa enraizados na brasileira, na culinária, na música, na arquitetura, na filosofia e principalmente na língua.

França e Brasil estão muito mais próximos do que muita gente imagina. Inclusive na Quadrilha! 🙂

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